Nesta postagem, busco evidenciar um pouco do meu entendimento acerca do que venha a ser "Etnolazer, Cultura e Atos de Currículos". A oportunidade foi decorrente da Roda de Conversa cujo debate direcionava-se ao tema "Etnolazer e suas relações com a Identidade Cultural".
Começo minha reflexão questionando o que se entende por Etnolazer?
Como resposta, encontrei uma definição que diz:
“Etnolazer é um conceito em construção e, portanto, permite um diálogo aberto para sua formulação. Aqui entendido como um campo de estudo dos grupos culturais, em seu éthos formativos, através de expressões, vibrações, vivências e experiências culturais, desenvolvidas pelos sujeitos em seus cotidianos, realizadas em seu tempo livre buscando privilegiar o aspecto ontocultural do lazer, em seu sentido pleno de licitude. Ao ter a idéia de cunhar este termo tomamos como base os etnométodos pelos quais as pessoas criam e recriam suas próprias culturas de lazer” (SANTOS, R. A. 2010).
Percebe-se que não é um conceito pronto, definido... Enfim, "enpacotado" para ser consumido. Entende-se que é um conceito que está em processo de construção, assim, aberto para ser moldado, "alimentado" através dos diálogos realizados por aqueles que se propõem a contribuir com um olhar sensível e desprovidos de preconceitos.
A Rodas de Conversas: Etnolazer, Cultura e Atos de Currículo objetiva agregar respostas para as inquietações motivadas pelo pouco espaço dado às questões do lazer e suas relações com a cultura seja no espaço acadêmico, seja no espaços informais.
A perspectiva observada na definição porposta, nos faz compreender que a cultura não é estanque. Logo, é dotada de dinâmicas próprias e bastante particulares pertecentes a cada grupo, tribos da sociedade humana. Isso porque a sociedade em suas constantes transformações e/ou evoluções faz com que a cultura se adapta a tais ocorrências possuindo de tal modo características próprias e marcantes sendo influenciada e, também, exercendo influência no comportamento daqueles indivíduos de determinado período.
Eis que surge outro questionamento: Como se dá a formação dos cidadãos bem como a autoformação do educador em época de marcantes evidências culturais, das mais variadas expressões de lazer???
Assim, é preciso entender que, segundo Macedo, os atos de currículo instituem a práxis formativa, trazem o sentido de não se encerrar a formação num fenômeno puramente exterodeterminado por uma mecânica educacional fechada e sem face. Por consequência, não vislumbram os formandos e quaisquer outros atores da formação como meros atendentes de demandas educacionais, nem como aplicadores ou receptáculos de modelos e padrões pedagógicos.
É preciso conhecer a fundo para "tecer" ou "entreter" argumentos sobre as diferentes expressões comportamentais dos indivíduos. Afinal, o que nos torna iguais nesse mundo é o fato de sermos diferentes. E é por meio das diferenças que precisamos aprender a olhar o outro na sua plenitude; reconhecer a importância que cada "tribo" tem para a formação cultural de um povo.
Pensar em diversidade cultural seria realizar reflexões sobre algo bem abrangente como o Multiculturalismo. Ou seja, um termo que remete a existência de várias culturas numa localidade e que procura afastar-se do discurso centrado na idéia de cultura única na qual todos devem chegar a um patamar exclusivo e absoluto. Afinal, sabermos que por conta da multiplicidade de povos, cada um com suas particularidades, crenças, costumes e valores, não se deve existir uma cultura absoluta que seja o referencial para a existência das demais.
As culturas não podem ser hierarquizadas. Precisamos desconstruir a idéia de cultura única, para que seja possível ressaltar a importância do Multiculturalismo. É necessário a valorização de todo o tipo de cultura: clássica, popular, tradicional, etc, pois todas elas, nas suas manifestações e proporções, possibilitam o acesso à construção do conhecimento, seja em sala de aula, seja nas relações que mantemos em espaços fora do contexto escolar.
Por fim, entendendo que "Etnolazer" trata-se de uma abordagem em construção, acredito que quanto mais diálogos, mesas redondas, rodas de conversas ocorrerem, mais oportunidades teremos para a propagação desse campo do conhecimento a fim de possibilitar aos profissionais de educação e aos sujeitos educandos implicados com o componente curricular em questão um amplo e permanente espaço não apenas no meio acadêmico, mas, também, em todos os espaços nos quais sua abordagem seja pertinente.
Ass: Kleriston Conceição - Sujeito educando implicado com o componente curricular EDC - C97 Etnolazer, Cultura e Atos de Currículo dos cursos de Pedagogia e Educação Física - FACED/UFBA.Obs.: Próxima Roda de Conversa será no dia 08/07/2011 com o tema "Educação, Etnolazer e Diversidade Cultural". Local: Auditório 2 da Faculdade de Educação (FACED) na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
LEGAL Kleriston,a sua visão ,na qual também compartilho.Observar e participar destas culturas nos faz mais humanos e pluri culturais.Afinal somos formados e formamos a etnoideo,ou seja (termo criado por mim)perpassamos e contribuimos com o ser que somos e poderemos ser,e nada mais justo e ético do que permitir-se trabalhar e construir etnicidades por ideias em coletivos.Será que consegui ser entendida?!
ResponderExcluirVamos construir o que você acha?
bujs
FERNANDA ALMEIDA