quinta-feira, 21 de julho de 2011

E VAI GIRANDO... NÃO PODE PARAR!

A possibilidade de transformar em disciplina a tese desenvolvida pelo professor Romilson foi uma ideia de mestre. Ora, porque engavetar e deixar empoeirar na biblioteca da faculdade uma pesquisa que deu tão certo? Mais do que necessário foi transformar em ação uma boa pesquisa teórica e fazê-la acontecer no currículo da FACED.
O termo etnolazer como um conceito em construção dá a chance de expandi-lo através de novas discussões, não tornando um conceito enrijecido. O etnolazer como um novo campo de estudo nos instigou a pesquisar o que fazem as culturas juvenis em suas horas de lazer.
A discussão sobre lazer foi extremamente relevante já que nos fez compreender quais as concepções de lazer existem nas literaturas acadêmicas, tanto do ponto de vista etimológico, quanto epistemológico. Entender que o lazer pode está presente no nosso tempo livre perpassou a noção de que tempo livre estamos falando, ou seja, daquele desvinculado de obrigações e fins lucrativos. Pudemos perceber que o termo é utilizado em diferentes situações e, além disso, como afirma Marcellino, não há consenso sobre o que seja lazer para os diferentes seguimentos da sociedade.
Através das leituras e discussões de textos, assim como dos filmes e discussões sobre ele é que estabelecemos vínculos entre lazer, cultura e atos de currículo. Macedo e Santos foram importantes autores para tratar dessa relação.  Nossa implicação na disciplina traçou uma maneira muito peculiar de avaliar, esta da qual está sendo feita agora, com as postagens no blog, participação nas discussões e assiduidade nas aulas.
Desde o início de nossas aulas, mesmo sem nos darmos conta, já nos organizávamos em roda. A roda representava a não hierarquia de saberes, a maneira mais sublime de olhar o outro numa mesma posição e compartilhar diferentes conhecimentos. Seguindo nessa perspectiva de aprender sempre através do diálogo, organizamos nossas “Rodas de conversas sobre Etnolazer, cultura e atos de currículo”.
A ideia de sair da “bolha” e explodir no/para o mundo foi justamente o palco principal das nossas inquietações na disciplina. Pensamos em tornar diferente aquilo que quase sempre está estabelecido. Essa re-construção fascinante que como diz Sérgio Bahialista, dá corporeidade e sentido as coisas, moveu nossa atenção e maneira de significar valores. Foi através dessa vontade de fazer diferente e dar vez aqueles que estão “apagados” aos olhos da academia, que surgiu a necessidade de trazer a esta instituição os sujeitos aprendentes de fora da universidade. Sujeitos esses que aprendem e ressiginificam suas aprendizagens através das experiências vivenciadas nas ruas de Salvador: os grafiteiros, cordelistas, cantadores, capoeiristas e quem mais quisesse estabelecer um diálogo e fazer girar a roda de conversa sobre lazer, diversidade cultural e sua relação com a educação.
Por fim, quero deixar claro a minha satisfação nessa disciplina, o meu encantamento pedagógico e humano, em saber que estou concluindo a graduação com a maravilhosa chance de ter participado e contribuído para girar uma mais roda na FACED. Quero parabenizar a todos aqueles que fizeram acontecer e entreteceram ainda mais os laços entre lazer, cultura e educação.

Maiara Damasceno
 Discente, sujeito aprendente, educanda...
 Mas também educadora.


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