sexta-feira, 22 de julho de 2011

IMPRESSÕES SOBRE A DISCIPLINA!!!

O nome da disciplina “ETNOLAZER, CULTURA E ATOS DE CURRÍCULO” foi um grande atrativo para mim desde o início, justamente pelo fato de trazer entrelaçado o lazer, a cultura e o currículo. A disciplina foi bastante proveitosa, primeiro pelo docente, ter descrito qual seria a ementa da disciplina informando que a gente teria a possibilidade de dialogar e desenvolver um trabalho consistente e completamente em conjunto, com visitas, filmes e por último a“ Roda de Conversas ”que foi o melhor momento da disciplina, já que a turma teve que trabalhar em conjunto para realizar o evento foi muito consistente e para mim ter participado, foi de fato um grande aprendizado.
E ainda comentando sobre a turma, realmente foi um conjunto de pessoas bastante diversas e enriquecedoras, já que tive o contato com pessoas de diferentes culturas. A disciplina conseguiu de certa forma, com base na tese de doutorado de Romilson, me colocar mais próxima da realidade de pessoas como os skatistas, grafiteiros o movimento punk. Com isso, me fez refletir sobre o lazer e as diversas culturas existentes na nossa sociedade e o quanto elas conseguem proporcionar ao indivíduo aprendizados que a escola não dá conta ou não se interessa em estabelecer para os alunos, deixando a margem o que hoje está emergindo dentro da nossa sociedade cada vez mais e com mais intensidade.
     Como já comentei sobre o filme Laranja Mecânicas e a visita ao Museu Solar do Ferrão, quero expor sobre as “ Roda de Conversas”, que foi realizada em dois momentos, no primeiro tivemos o imenso prazer em receber o  Professor Doutor Roberto Sidnei , que de forma brilhante conseguiu mostrar em poucas palavras como o Currículo das escolas é hoje e o porquê? é necessária a sua mudança para conseguir alcançar as diferentes culturas existentes na nossa sociedade tornando-o de fato nosso, da nossa população, com as nossas características.
O que me chamou a atenção logo de início, na discussão trazida por Roberto foi o significado de Currículo que é uma palavra derivada do latim, cujo significado é o de que corre e se movimenta, e nós sociedade a transformamos em grega, reduzindo a palavra e o seu significado para grade, tornando o currículo preso e grudado. O que nós faz refletir sobre as apropriações por parte de alguns seguimentos da nossa sociedade de teorias, estatísticas, dados diversos sobre determinados assuntos, importando soluções para problemas que muitas vezes não tem nada haver com os nossos.
O professor deixou claro que não existe hoje, um debate sobre como se fazer um currículo, já que pelo fato de determinados seguimentos da sociedade acreditar que a educação deve ser feita de certa maneira e não de outra, ou invés de possibilitar uma maior discussão a respeito, todos se calam e preferem mesmo é importar e deixar o que já foi posto dentro da nossa estrutura educacional.
De acordo com Roberto o Brasil hoje precisa de mudanças em sua estruturação educacional e que isso deve se dá com base na etnopesquisa que é politicamente crítica e que valoriza e entende que as outras culturas também propiciam conhecimentos, trabalhando dessa forma com as pessoas e não sobre as pessoas, entendendo que essas pessoas possuem uma leitura de mundo, uma construção de conhecimentos e interpretação da vida e de valores independentemente de qual tipo de cultura essa pessoa pertença, deixando claro o quão amplo pode ser os meios que se produzem formação e que a cultura de um, pode oferecer muito para a cultura do outro, jamais para dizer que a minha é melhor do que a sua, mas sim que a sua pode completar a minha e vice-versa.
Por fim foi colocado um vídeo sobre uma escritora nigeriana, que apesar de ter nascido na África e durante a infância ter lido muitos livros europeus, não tinha noção da sua própria identidade, no sentido de se apropriar da cultura do outro e não se dar conta da sua, essa nigeriana foi estudar nos EUA e lá teve que lidar de frente com o que achavam que conheciam da sua cultura e mostrou que existe um grande risco em se conhecer apenas uma única história, ou um único lado das coisas.
O vídeo foi muito bom no sentido de conseguir nos mostrar o quanto é importante conseguir conhecer de fato a cultura do outro, direto do outro e não por intermédio de livros, documentários, reportagens, pois esses jamais conseguiram imprimir de fato às vivências, os costumes, as religiões, as relações existentes em um povo, já que são muito amplas e diversificadas.
Por fim em outro momento a “Roda de Conversas” nos trouxe Sérgio do Cordel, Nildete com assuntos sobre Hip Hope e Junior Pataxó. O Sérgio começou a sua explanação recitando um cordel de forma bastante artística, incorporando mesmo aquele personagem, ele nos mostrou o quanto é necessário ser crítico para escrever o cordel e como este pode e deve ser prazeroso de ser fazer, escutar e representar.
O cordel para mim tomou uma amplitude maravilhosa, já que por meio dele a gente pode decorrer por diversos assuntos de forma jornalística e com riqueza de detalhes sobre diversos fatos e acontecimentos do nosso cotidiano ou não. Foi muito bom esse momento com o cordelista, principalmente quando ele colocou que a diversidade cultural é discutida no Brasil através do positivismo, ou seja, acabam por restringir a diversidade sob um único conceito, não se propondo a discutir levando em consideração todos aqueles que fazem parte dessa diversidade, ou seja, o povo.
 Nildete trouxe a sua vivencia do Hip Hopper e o préconceito que sofreu quando adolescente dentro de casa, por estar inserida em família de religião protestante e ter nascido nesse meio e consequentemente pelo pela escola devido a distorção e falta de conhecimento sobre o movimento Hip Hop, por parte da diretora, devido as roupas folgadas que passou a usar para representar o movimento, mostrando dessa forma que devemos primeiro respeitar e depois conhecer e se apropriar do que consideramos diferentes para então podermos criticá-lo, mas jamais julgá-lo ou condená-lo como algo completamente negativo.
Por fim tivemos alguns esclarecimentos por meio do índio Junior Pataxó, sobre a sua tribo e como vivem o seu povo e um pouco da sua cultura, tornando o dia bem movimentado, já que pudemos vivenciar um pouco das danças que são feitas pelos índios para fazer referência á natureza.
Posso afirmar que estou satisfeita com o que foi abordado na disciplina e dizer que gostaria de vivenciar outras culturas ainda por meio dela, já que o tempo é curto e existem diversidades enormes e que precisam ser debatidas, discutidas e entendidas. E inseridas na nossa escola, contribuindo dessa maneira para uma formação completa e integral do indivíduo. Só assim conseguiremos combater o preconceito e viver em harmonia dentro da nossa sociedade.
  Daniele Costa.

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