quinta-feira, 14 de julho de 2011

Expressar Através dos Sentidos

Desde o ínicio sabia que mais seria revelado no que diz respeito ao conteúdo do etnolazer, cultura e atos de currículo. Descobri que carregamos um saber valioso, dinâmico, carregado de ancestralidade e que se manifesta no ser quem somos de diferentes maneiras. O conjunto de ações que nos torna parte de algo e nos leva a vivênciar determinadas experiências coletivas de caráter lúdico ou formativo consolida e reforça a idéia do "etno" em minha vida, espaço de tempo que eu utilizo para conhecer, participando de tudo aquilo que me parece sensato, belo, justo, prazeroso, emocionante, transformador e etc...

No desenrolar dos diálogos que tivemos, filmes, textos, debates e elaboração das rodas de conversa que foram mediadas por nosso Mestre, o Prof. Dr. Romilson santos, acredito eu que nem tudo apreendi, mas tudo senti na essência. Digo isto porque todos nós sabemos que existe algo mais forte que nos atrai em determinados assuntos e em outros não, é assim com nossas escolhas, eu optei conscientemente me envolver. Experimentei um pouco de cada objeto estudado, me aproximei de alguns, estou grudado em outros, deixei que nenhum passasse despercebido por valorizar a idéia multirreferencialista, que foi esboçada inicialmente por Jacques Ardoino professor da Universidade de Vincennes, em Paris, e aponta para o reconhecimento da complexidade e da heterogeneidade que caracterizam as práticas sociais. O plural, suas cores, línguas e territórios foram por nós desbravados enquanto durou nossos encontros. Estabelecer novas relações entre as particularidades do tradicional e o novo com sua vertente cibernético-tecnológica e utilizar isso como ferramenta no nosso tempo, para educar, entreter e mobilizar o povo no sentido de reconhecer a tradição e valorizar as culturas identitárias, também foram possibilidades que surgiram com os debates nas rodas.

A forma de um determinado grupo se organizar para simplesmente desfrutar o momento, também é uma experiência cheia de inconscientes, ou não, atos políticos ritualizados. (é o que vejo em toda parte agora!) rodas de samba, capoeira, cantadores, o movimento hip-hop e tantas outras manifestaçoes populares demonstram o que querem aqueles atores socias, com a leveza da arte que pode ser rebelde na hora da dor, porém pacata no seu íntimo. Os sujeitos se implicam em determinada causa, se instrumentalizam ideológicamente, através dos batuques, rimas, cantos e lamentos entoados na oralidade que os educa para a caminhada na selva de pés descalços como assim fazem os índios, mestres da agricultura, caça e pesca sustentáveis, do artesanato, da pintura e tantas outras coisas que nós por vezes tentamos ensiná-los com os "nossos métodos". As minhas cicatrizes elucidam o porque que Eu sou Eu e atuo dessa forma, nenhuma avaliação pela qual passei levou isso em consideração, meu Eu não pior nem melhor que o Seu é fruto de um processo longo de aprendizagem que me fez sorrir e chorar, Eu reconheço o meu valor, mas você que nota me dá?...

Parece até poesia, e porque não...Ora!

Nas rodas em que passei sempre levei o que de bom achei, que a mim caia bem. já joguei pernas pro ar, pro meu santo orixá, ajoelhei! e por falar em sambar, sambei! subi ladeira e desci  morro. vi de lá meu povo todo encantar com seu gingado o que podemos chamar de malandro atrapalhado, esse poeta abestalhado. Negro carregado na raça, branco de pirraça e índio assim naturalmente nú. Despido desses conceitos admito desde cedo que Tu és tão cheio de graça quanto Nós.
Se algum dia precisar e quiser vim cá buscar te dou. O verdadeiro valor, maior nobreza de um nagô, que é o AMOR do etno em flor. Não sei se consigo expressar, mas de sentir quase morro a força desse misturado: Poesia, Cordel e Rap que de mim desabrochou. Mando um salve pra encerrar e tupã abencoar a quem comigo caminhou.

fico por aqui e espero ter colaborado,
Cauê de C. Rodrigues
Estudante de Educação Física - UFBA
e tantas outras coisas...         

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